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terça-feira, 5 de outubro de 2010

Irmandade MotosCustom - Morretes 05 e 06/09/10

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Plano de Viagem


Origem: Curitiba - PR

Destino: Morretes - PR com esticada até Paranaguá - PR

Motivo: Encontro Nacional Irmandade MotosCustom

Distância Percorrida: Aprox. 250km

Número de Dias: 02

Hospedagem: Pousada Dona Siroba

Consumo Médio de Combustível: Desconhecido

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Morretes - 05 e 06/09/10

O batismo da Tia do Bátima era pra ter acontecido exatamente numa viagem como essa, mas uns 2 meses antes, quando um pessoal da Irmandade veio até Curitiba afim de fazer o famoso passeio de trem pela serra do mar e conhecer Morretes, Serra da Graciosa e região. Pois é....aquela semana foi repleta de imprevistos (lembra do encosto dançando a lambada da desgraça?) e no fim das contas, a moto não chegou a tempo e fui de van com nosso amigo Skywalker encontrar a galera em Morretes!

Mesmo tendo voltado pra Curitiba e ido durmir sem muitas esperanças....na madrugada seguinte a moto estava em minhas mãos, mas nao tinha mais tempo pra encontrar o povo.....ficou pra próxima!!!

Nesse meio tempo até rolou uma Curitiba - Joinville com minha irmã de anjo-coxinha* pra escoltar a primeira aventura na estrada....em seguida teve o tombo, algumas semanas de molho e então, depois de mais uma meia dúzia de imprevistos a TdB estava pronta EXATAMENTE no dia em que começava o tão esperado ENCONTRO NACIONAL IRMANDADE MOTOS CUSTOM - VERSÃO SUL!!! :D

Acabei perdendo o sábado inteiro em Joinville atrás de uma bateria já que a original resolveu "colar as placas" quando funcionei a moto já carregada pra seguir viagem. No fim das contas, peguei a estrada as 17h rumo a Curitiba onde encontraria a Gabi.

Dia 01

Enrolações e compromissos familiares a parte, conseguimos deixar Curitiba no domingo por volta das 16:30h rumo, FINALMENTE, a Morretes, onde os irmãos já estavam no segundo dia de festa. Finalmente estava começando a nossa primeira viagem juntos (os 3).


Ainda antes de começar a descida da serra, as nuvens pretas no horizonte anunciavam fortes probabilidades de chuva. O medo dos principiantes nos fez parar para tentar contato com alguém em Morretes. Após várias tentativas sem sucesso de contactar Sky e Paludo (pois é Jirschik, não fiz a lição de casa e não levei os telefones de todos vocês comigo) só me restava o número do Jastre (que eu não sabia se havia vindo de SP ou não). Já na primeira tentativa consegui contato e também o número do Adilson, pois este sim estava em Morretes.

Consulta meteorologica feita, Adilson nos animou a prosseguir dizendo que estava apenas nublado, sem chuva na planície litorânea. Seguimos então nossa viagem via BR-277, afinal, iniciantes devem começar pelo modo "Very Easy" e deixar a Serra da Graciosa para os mais craques. Como saimos de Curitiba sob céu azul e calor, o frio acabou nos pegando desprevenidos na serra, afinal, não botávamos fé de que esfriaria e adotamos a tática do "Pack light", deixando pra trás aquela blusa extra, forro da jaqueta e afins. Mal sabíamos o que nos esperava na subida do dia seguinte.......

Chegamos em Morretes já no finzinho da tarde e, após uma pequena tentativa de ingressar para o CPI**, encontramos a pousada Dona Siroba (a qual eu já conhecia, sabia exatamente onde era, e mesmo assim demorei pra encontrar). Mas o que foi mais difícil ainda de encontrar foram "Os amigos Motoboys", assim descritos pela simpática funcionária da pousada que nos deu vagas informações de que havia sim um grupo de "motoboys" hospedados ali.

Mais uma vez foi o Adilson que nos ajudou por telefone e então, tocamos novamente pro centro de Morretes encontrar o pessoal. Chegamos na pracinha quando os que estavam hospedados na pousada já se reuniam para partir e fomos recebidos pelo olhar desconfiado do Paludo que veio se aproximando ao ver uma moto estranha com pessoas desconhecidas e rostos ainda escondidos pelos capacetes. Mas nada que um "O que que tá assustado ai, Paludo véio!!" nao fosse capaz de converter o olhar sério em risadas e saudações típicas de "grandes amigos que nunca haviam se visto!!". E assim se seguiu conforme iamos nos apresentando a cada um dos amigos presentes (fossem eles "conhecidos ou não").

Em alguns minutos o comboio estava formado e pronto para seguir novamente até Porto de Cima, onde ficava a pousada. Minhas pernas tremeram assim que as motos começaram a se alinhar em fila dupla, ainda na pracinha. Roncos diferentes iam aparecendo conforme mais motores eram acionados e eu, me sentindo no meio de uma formação de escolta de bombardeiros da Segunda Guerra que me foram familiares nos velhos tempos de "Warbirds", não conseguia nem piscar de medo de fazer algo errado na minha "primeira decolagem em grupo". Tudo bem que não estavamos em guerra e muito menos em aviões da década de 40, mas também não se tratava mais de um simples simulador de computador.

O caminho até Porto de Cima foi longo o suficiente pra me deixar mais a vontade no comboio mas curto demais pra dar tempo de relaxar e começar a curtir de verdade. Chegamos rápido e logo fomos pleitear um canto para durmir. Conseguimos um quarto simples com banheiro de uso comum no andar de cima da velha casa de madeira. Sem luxo e não muito barato, mas podiamos curtir o grande churrasco do Joca na companhia de todos (e experimentar o "Conhaque-artesanal" do Paludo) sem se preocupar em ter que pilotar até algum outro lugar depois. Esta noite mereceria um capítulo a parte, mas acho que qualquer um consegue imaginar o clima maravilhoso de um churrasco cercado de amigos e cerveja gelada.


Dia 02


O plano para o dia seguinte era partir ou para Curitiba, ou para Paranaguá. Jogadas as ideias na mesa, analisando o tempo e tudo mais decidimos esticar até Paranaguá principalmente por ser mais perto. Viagem rapida e tranquila, exceto pela irresponsabilidade absurda de um caminhoneiro que furou o comboio fechando bruscamente o Paludo que por muita sorte e presença de espírito conseguiu dominar a Platina com destreza saindo ileso em meio à nuvem de fumaça erguida pela freiada. Em Paranaguá, guiados pelo Jadir e Ventura, paramos as motos na pracinha de frente para o canal e, ali mesmo, tomamos uma gelada antes que a chuva nos espantasse. Rodamos alguns restaurantes a pé mesmo e acabamos parando para comer na praça de alimentaçao do "Mercadinho Vintage", nas palavras de Gabi.


Contrariando os planos de voltar imediatamente para Curitiba (antes que chovesse, ficasse tarde, família ficasse com saudade e etc etc etc), resolvemos acompanhar o pessoal de volta a Morretes e dar-lhes uma nova chance de nos convencerem a ficar (hahaha brincadeira). Mais tranquila do que a ida (tirando uma nova furada no comboio feita por um caminhao, mas sem sustos dessa vez), a volta pareceu também mais rápida, e agora sim eu já estava conseguindo curtir de verdade o passeio em comboio. A chegada em Morretes foi marcada por traços "CPIsticos", mas chegamos (quase) todos juntos à pousada (hahahaha). Foi só o tempo de nos despedirmos de todos, tirar as ultimas fotos (faltou com a Platina, a lenda) e cair na estrada novamente rumo a Curitiba (foi mal pessoal, precisávamos mesmo subir). Ainda rolou um encontro inesperado no posto com o Sky que estava vindo de van direto do trabalho em Curitiba. A notícia de que havia garoa na serra não foi das melhores, mas pulamos no lombo da TdB e seguimos viagem.

O tempo na subida da serra castigou um pouco. A falta de agasalho teve que ser amenizada com baixas médias de velocidade e uma paradinha no pedágio se fez necessária pra "vedar" a junção da manga com a luva com o auxílio de fita isolante (sem sucesso, óbvio). O termômetro registrava 10 graus Celsius mas a sensação na moto com certeza estava muito abaixo disso.


Chegamos em Curitiba gelados mas FELIZES. A primeira viagem juntos, as primeiras voltas em comboio, o primeiro Encontro Nacional da Irmandade foram sensacionais. Realmente dignos de um post lúdico e gigante como este.

*Anjo: ultimo motociclista do comboio responsável por manter o comboio sólido, segurar o trânsito em mudanças de pistas dentre outras medidas que garantam a segurança do grupo. / Coxinha: "motociclista" que aparece nos passeios de carro por razões quaisquer.

**CPI: Clube dos Perdidos da Irmandade: grupo seleto de membros especiais da Irmandade MotosCustom com (in)habilidades invejáveis em SE PERDER!!